Bole-bole, Saramandaia, Perus e Guinés... antes e depois do PT
- Antonio Passos
- 6 de jan.
- 2 min de leitura
Atualizado: 30 de jan.

Meu amigo Marcone Borges tem sido muito atencioso comigo. Descobriu um modo que particularmente me agrada de cultivo da amizade.
Envia para mim, com regularidade, textos reflexivos colhidos em jornais e revistas. Essas mensagens se tornam mote para uma conversa contínua.
Graças a essa gentileza, entre outros benefícios, voltei a ter acesso aos escritos do craque, da bola e do pensamento, Tostão. O assunto futebol é um dos nossos preferidos.
Esses dias recebi de Marcone uma reflexão assinada por Demétrio Magnoli, sobre o fenômeno da raivosa polarização política atual, aqui no Brasil.
Meu amigo teve a precaução de avisar que não comunga muito com as visões do autor, mas, resolveu compartilhar esse texto específico em respeito à divergência.
Li e concordei com Magnoli. O argumento consiste em afirmar que a polarização está enraizada no imaginário social. Os políticos apenas se apropriam dela.
Também nas minhas ruminações mentais encontro percepção semelhante. O que seria a teimosa rixa lagartense entre Bole-bole e Saramandaia senão isso?
Em Ribeirópolis é sempre mencionada, em época eleitoral, uma antiga nomenclatura que representa a política como uma rinha com diferentes espécies: os Perus contra os Guinés.
Abrindo parênteses, não vou perder a oportunidade de citar: (a briga de galos é o cenário do incidente que levou José Arcádio Buendía a fundar Macondo).
Imaginem só! Quanta variedade de designações, na mesma linha dessas duas sergipanas, não existe pelo Brasil afora? São ilustrações da força da batalha polarizada no nosso imaginário.
Numa mesma semana, Marcone enviou um pequeno trecho de fala do grande Leonel Brizola, apontando os males que atolam o Brasil, e um curto comentário de Chico Buarque contrastando o país antes e depois do PT.
Sobre as palavras de Chico e ainda sob efeito da revisitação à Brizola, respondi: “Excelente resumo, embora despreze as lutas em favor do povo brasileiro, antes do PT.”
Marcone é professor de matemática e uma pessoa muito envolvida com a família. A exemplo de Tostão, exerce com zelo a cidadania, para além do ganha pão e da vida privada.
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